quinta-feira, 22 de outubro de 2009

MOMENTO POESIA II


SER POETA (PERDIDAMENTE) - Florbela Espanca

Ser poeta é ser mais alto, ser maior

Do que os homens! Morder como quem beija!

É ser mendigo e dar como quem seja

Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!


É ter de mil desejos o esplendor

E não saber sequer que se deseja!

É ter cá dentro um astro que flameja,

é ter garras e asas de um condor!


É ter fome, é ter sede de infinito!

Por elmo, as manhas de oiro e de cetim...

É condensar o mundo num só grito!


E é amar-te, assim, perdidamente...

É seres alma, e sangue, e vida em mim...

E dizê-lo cantando a toda a gente!

MOMENTO POESIA


CANÇÃO (Cecília Meirelles)


Pus o meu sonho num navio

e o navio em cima do mar;

- depois, abri o mar com as mãos,

para o meu sonho naufragar.


Minhas mãos ainda estão molhadas

do azul das ondas entreabertas,

e a cor que escorre de meus dedos

colore as areias desertas.


O vento vem vindo de longe,

a noite se curva de frio;

debaixo da água vai morrendo

meu sonho, dentro de um navio...


Chorarei quanto for preciso,

para fazer com o que o mar cresça,

eo meu navio chegue ao fundo

e o meu sonho desapareça.


Depois, tudo estará perfeito,

praias lisas, águas ordenadas,

meus olhos secos como pedras

e as minha duas mãos quebradas.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

LIVRO: BATE-PAPO COM O ALÉM


LIVRO ESPÍRITA

Livro de Zíbia Gasparetto pelo espírito Silveira Sampaio. Silveira Sampaio, aquele que, antes de partir para a pátria que eventualmente será de todos nós, foi, aqui no Brasil, pediatra, jornalista, teatrólogo, radialista e escritor. O homem dos sete instrumentos. Segundo seus fãs, ele tocava todos bem. Depois que li suas crônicas, tive pena de não o ter conhecido.

O cronista deveria ter amado a vida da terra profundamente para sentir tanta alegria quando - depois de morrer - sentiu-se tão vivo! Nõs sabemos que não morremos com a morte do corpo físico, mas o Joie de vivre - a alegria de viver - de Silveira Sampaio nos dá uma satisfação íntima quando lemos que ele não pôde se furtar à deliciosa sensaç~~ao de deslizar entre os pingos de chuva e não a sentir molhar seus pés e ensopar o corpo.

DAG Gráfica, 4ª edição

livro seminovo em bom estado de conservação

Preço: 16,00

LIVRO: A OBSESSÃO E SUAS MÁSCARAS


LIVRO ESPÍRITA

Livro de Marlene R.S.Nobre, neste livro você encontra uma síntese de tudo (ou quase tudo) quanto o Espírito de André Luiz escreveu sobre Obsessão e Pensamento, em catorze de suas obras.

Uma realidade ressalta desse estudo aprofundado: o ser humanon afivela muitas máscaras ao seu rosto, as de sua própria persona e as de outros seres, que podem levá-lo a a tos maléficos e destrutivos. Muitas delas são apavoranres, outras nem tanto, mas, todas, sem exceção, necessitam passar pelo banho purificador da renovação espiritual que só o Evangelho do Cristo pode oferecer.

Editora Jornalística Fé, 1997

Livro seminovo em ótimo estado de conservação

Preço: 19,50

LIVRO: AS PROFECIAS DE VICTOR HUGO


LIVRO ESPÍRITA
Livro de Paul Souchon, Vicotr Hugo, poeta, pensador, visionário, autor das obras como O Corcunda de Notre-Dame e Os Miseráveis, ainda que muito religioso, não pode ser comparado aos profetas que predisseram por inspiração divina, nem confundido com os ocultistas que se aplicaram, como Nostradamus, a fixar os arcanos das idades futuras. Essa faculdade, nascida com ele, acentua-se com a influência do exílio, da solidão e das experiências espíritas. As Profecias de Victor Hugo nos traz textos proféticos, desconhecidos da maioria das pessoa e sonegadas pelos biógrafos. Relata o contato de Victor Hugo com o mundo dos espíritos nas sessões das mesas girantes de Jersey e a ressonãncia que tiveram na lama e na produção do poeta.

Editora BesouroBox, 2007, 287 páginas

Livro seminovo em ótimo estado de conservação

Preço: R$ 27,00

LIVRO: AÇÃO E REAÇÃO


LIVRO ESPÍRITA
Livro de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito de André Luiz. Nosso amigo André Luiz desvelou, neste livro, uma nesga das regiões inferiores a que se projeta a consciência culpada, além do corpo físico, para definir a importância da existência carnal, como sendo verdadeiro favor da Divina Misericórdia, a fim de que nos adaptemos ao mecanismo da Justiça Indefectível.

FEB, 1997, 18ª edição

Livro semino em bom estado de conservação.

Valor: R$ 15,00

terça-feira, 20 de outubro de 2009

LIVRO: GETÚLIO VARGAS


POLÍTICA
Esta obra de Herculano Gomes Mathias conta a história de Getúlio Vargas com a Carta Testamento e os últimos dias de Vargas. Muito já se escreveu sobre Getúlio Vargas que governou o Brasil quase 19 anos. Ainda constitui tarefa difícil de formular um julgamento crítico, rigorosamente imparcial, do Homem e do Político. Seu nome está espalhado por toda parte em nosso País. Caberás às futuras gerações, já bem distantes dos acontecimentos verificados naquela época e, portanto, fora da influência de opiniões emitidas pelos seus contemporâneos, concluir se, de fato, usando as palavras finais da Cartas-Testamento, ele "saiu da vida para entrar na História".

Editora Ediouro, 1983

Livro seminovo em bom estado de conservação.

Preço: 21,50

LIVRO: A REPÚBLICA


POLÍTICA
Autor de vasta obra filosófica, Platão preocupou-se com o conhecimento das verdades essenciais que determinam a realidade e, a partir disso, estabeleceu os princípios éticos que devem nortear o mundo social.

A República é uma das obras-primas de Platão. Nela o filósofo expõe as ideias políticas, filosóficas, estéticas e jurídicas. Aqui se encontra a "Alegoria da Caverna", uma das mais belas passagens de toda a obra de Platão.

Editora Martin Claret, 2004.

Livro seminovo em ótimo estado de conservação.

Preço: R$ 12,00

LIVRO: O ENIGMA DO QUATRO


LITERATURA ESTRANGEIRA
Livro de Ian Caldweel & Dustin Thomason, romance excepcional que mistura suspense com história sensível e eletrizante. Um misterioso manuscrito codificado, assassinatos violentos e os segredos de um príncipe da Renascença se entrecruzam em um labirinto de traição, loucura e genialidade em O Egnima do Quatro. Trata-se de um suspense que é, ao mesmo tempo, atraente e eletrizante, e sobretudo elaborado com riqueza de detalhes.

Editora Planeta do Brasil, 2006

Livro seminovo em ótimo estado de conservação

Preço: R$ 26,00

LIVRO: CAMINHOS SAGRADOS


ESOTÉRICO
Um livro de Nicholas Shrady. Viajar pelas mesmas estradas que Jesus atravessou. Trilhar os passos do Buda. Percorrer o caminho sagrado de Santiago de Compostela até o túmulo de São Tiago. Visitar o túmulo místico sufi Rumi. Estes alguns dos desafios que Nicholas Shrady se propôes a enfrentar como peregrino. Em Caminhos Sagrados, ele nos leva a uma viagem mágica e emocionante pelos locais mais místicos da atualidade. Com sua narrativa fascinante, Shrady torna cada leitor cúmplice de suas aventuras.


Editora Objetiva, 1999.

Livro seminovo em bom estado de conservação

Preço: R$ 16,50

COLEÇÃO DE FRANS KRAJCBERG


ARTE
Quando a arte,o presente, o futuro tem novas cores:
Com essa certeza, as educadoras Renata Sant’Anna e Valquíria Prates mostram a importância de inserir a arte no cotidiano das crianças. E lançam, pela Editora Paulinas, uma coleção de livros sobre a produção de artistas contemporâneos brasileiros. A série apresenta Frans Krajcberg, um artista que mora numa árvore, como muitos meninos sonham. Suas obras são um alerta para a nossa realidade. Ele quer salvar as florestas do Brasil.

Duas coleção seminovas em bom estado de conservação
Valor: R$ 20,00 cada uma

domingo, 18 de outubro de 2009

LIVRO: CONSELHOS DO TAROT DAS BRUXAS E DOS MAGOS


ESOTÉRICO
Livro de Manú, Maudie Chiarini
Neste livro você encontrará mensagens e conselhos das 30 cartas que compõem o Tarot das Bruxas e doos Magos.
Apresentam uma a uma ou combinadas com mais uma, elas poderão ajudar na resolução de problemas e situações que não conseguimos controlar.
O principal objetivo dessas mensagens é levar o leitor, através de reflexão, a procurar dentro de si mesmo, respostas para problemas que o afligem no momento.
Editora Berkana, 2003
Livro seminovo em bom estado
R$: 8,50

LIVRO: BACIA DAS ALMAS


LITERATURA BRASILEIRA
Livro de Luiz Antônio de Assis Brasil, abrange o séc.XX, cobrindo um período que se estende até os últimos anos da década de 30. A ação transcorre na fazenda Santa Flora e em Agraclara, sede do município do qual a figura central do relato, o Coronel Trajano, é prefeito. Ainda que por meio da corrupção e da violência, Trajano desfruta do mando político. Já seu filho Gonçalo, seguidor de Plínio Salgado, fracassa em todas as iniciativas, não lhe bastando o dinheiro e a força para se assegurar no comando. É esta desigualdade que configura a versão da história sulina que subjaz no romance: a geração positivista, que foi responsável pelo exercício da autoridade e do arbítrio no Estado desde sua fundação, com a instalação da República, produz uma descedência simultaneamente incapaz e doentia.
Editora Mercado Aberto, 2000, 5ª ed.
Livro seminovo em bom estado.
Preço: R$ 18,00

Temos ainda de Luiz Antônio de Assis Brasil: O Pintor de Retratos no valor de R$ 18,00

LIVRO: POR QUE OS HOMENS MENTEM E A MULHERES CHORAM?


AUTO-AJUDA
Este livro de Allan & Bárbara Pease é uma oportunidade para você eliminar um pouco do sofrimento, da angústica e da confusão da sua vida, aprendendo a se mover no labirinto dos relacionamentos e a identificar pistas escorregadias, curvas traçoeiras e becos sem saída.
Com base em pesquisas e estudos científicos, os autores de "Por que os homens fazem sexo e a mulheres fazem amor?" - que vendeu mais de 6 milhões de exemplares - explicam o comportamento sempre imprevisível do "outro sexo".
De forma declarada e bem-humorada, eles respondem às nossas principais dúvidas e apresentam soluções práticas para tornar a convivência entre homens e mulheres mais prazerosa.
Editora Sextante, 2003, 7ª edição.
Livro em perfeito estado de conservação
Preço: R$ 16,50

MOMENTO CULTURAL - O QUE É SEBO?


Existem algumas versões a respeito, uma delas diz que no tempo em que não havia luz elétrica as pessoas liam à luz de velas. As velas, naquele tempo, erma feitas de gordura, de sebo. Conforme iam derretendo, acabavam sujando os livros que ficavam engordurados.
Outra versão: dizem que os estudantes e leitores vorazes por livros, iam a todos os lugares com os livros embaixo do braço e acabavam por torná-los sujos e ensebados. Por isso, os alfarrabistas, vendedores de livros velhos, ficaram conhecidos no Brasil como caga-sebos, e com o tempo a livraria que negocia usados ganhou o nome de SEBO, que não muito lá elogioso.

SEBO: é o nome popular dado às livrarias que compram, vendem e/ou trocam livros usados. O preço dos livros vendidos são geralmente mais baixos, com exceção de livros raros, autografados, primeiras edicações, os que levam encardenações de luxo, que podem ter custo mais elevado por seu valor histórico.

ALFARRABISTA: Nome dado ao comerciante de Sebos.

É isto aí, um momento cultural do Sebo Dom Quixote.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Um ideia que deu certo

"O tempo amadurece todas as coisas. Nenhum homem nasce sábio". Miguel Cervantes
O Sebo Dom Quixote surgiu da simples ideia entre duas pessoas que não sabiam o que fazer com tantos livros que tinham em casa. Muitos já lidos, outros para serem lidos daqui algum tempo; outros velhos e embolorados; outros riscados e guardados sem utilidade nenhuma. Todos, os coitados, atirados em uma estante, pegando um pouco de sol, mas quem gostava deles mesmo eram as traças. Com o decorrer do tempo esta ideia foi amadurecendo e os personagens da história, em meio a uma reforma, fizeram um canto para montar uma loja onde pudessem colocar todos os livros já usados. Os amigos souberam da ideia e começaram a doar livros. E mais e mais livros vieram. CD's, Fitas de VHS, Discos de Vinil, coleções de selos, Revistas. E o nome? Entre várias pesquisas, foi decidido o nome "Dom Quixote", uma homenagem ao visionário andante, que depois de muito ler, saiu mundo a fora com seu imaginário, seguido de seu fiel amigo Sancho Pança.Esta não é uma história fictícia, mas real, entre duas pessoas que sonham que o mundo e as pessoas mudam através dos livros, não importam sejam eles velhos, usados, carcomidos pelo tempo, riscados, manuseados, mas o que importa é que a leitura e a literatura agora tem um lugar muito especial, onde estão guardados relíquias e até mesmo novidades em termos de livros usados e seminovos: O SEBO DOM QUiXOTE.
Ele está situado na Rua Zeca Netto, 650 em Camaquã/RR - Fone: (51)3671-5212
Proprietários João Batista Borges e Tuli Borges

Os Personagens

As duas figuras centrais na história de Cervantes surgem na obra com um contraste espantoso: o cavaleiro da triste figura, como D. Quixote a si próprio chamou, magro e alto, aprumado no seu pangaré e o seu inseparável valet, o pequenino e roliço Sancho, que se tornaram na sociedade de então os símbolos da amizade e a bandeira do convívio entre a fantasia e a realidade.

Após a publicação da obra em 1605, começou a verificar-se uma enorme influência das personagens sobre a sociedade europeia, chegando mesmo a existirem registos de um nobre português que se apresentou numa festa em Valhadolide vestido de Dom Quixote e montado num cavalo, fazendo-se acompanhar por um escudeiro que só podia ser Sancho Pança.

A partir desta altura são inúmeros os registos em toda a Europa de outras manifestações, em que é bem visível a influência da obra, começando a multiplicar-se as várias edições em várias línguas, assim como a presença das personagem nas festas das cortes espanholas e europeias.

As palavras de Sancho Pança tornam-se por demais verdadeiras: “ (..) que antes de muito tempo não há-de haver albergaria, nem estalagem, nem, tenda de barbeiro por onde não ande pintada a história das nossas façanhas”.



Os estudiosos da obra de Cervantes referem como pontos essenciais presentes no seu trabalho, a profunda critica à sociedade da época e a diversão associada à mesma, procurando divertir, talvez a primeira das reacções que Cervantes procurava. Exemplo desta afirmação encontra-se no seguinte: “esta Dulcineia del Toboso, tantas vezes nesta história referida, dizem que teve melhor mão para salgar porcos que outra mulher alguma de toda a mancha”.

As caricaturas do séc. XVII e XVIII pegam sempre em D. Quixote como tipo caracterizador do ridículo e do grotesco, carente de sentido, provocador de riso, na sua demência guerreira. A partir do séc. XVIII e XIX começam a surgir outras interpretações: a justiça, a fidelidade amorosa, a nobreza, serão alguns elementos constitutivos desses ideais. Estas vertentes sobrevivem até aos nossos dias e fizeram com que o nosso protagonista surja umas vezes como herói outras como louco.

A obra é muito espanhola pelo realismo das cenas que descreve, pelos tipos genuinamente nacionais que apresenta, pelas figuras que faz mover.

No seu livro todos os que o lêem podem identificar-se com as personagens e suas aventuras, permitindo que cada geração o cunhe e o interprete à sua imagem, atribuindo-lhe ideias novas que não pertenceram ao tempo em que o autor viveu e que concerteza o espantariam.

D. Quixote lutou contra gigantes e feiticeiros e exércitos inimigos criados pela sua imaginação. Os leitores têm vindo a criar dentro dele tristezas, pensamentos, reacções contra a chata realidade das coisas que nunca existiram senão na mente dos críticos que a pouco e pouco foram juntando à bagagem de D. Quixote mais esses apêndices.

De facto, por mais exactas que sejam as descrições de Cervantes a respeito das figuras centrais da história, muitos são os pormenores deixados à liberdade de imaginação do leitor. Exemplo desta ideia temos a figura que nos surgiu imediatamente de D. Quixote, a imagem de um cavaleiro magro com uma bacia de barbeiro na cabeça e montado num cavalo todo ele pele e ossos, pileca alongada e estendida, tão descarnado e tão magro, tão tísico “(…) que mostrava bem a descoberto quão avisada e propriamente lhe fora posto o nome de Rocinante (…)”.

”A idade do nosso fidalgo rasava os cinquenta anos. Era de compleição rija, seco de carnes, enxuto de rosto (…). E o que primeiro fez foi limpar umas armas que haviam sido dos seus bisavós, que, cobertas de ferrugem e cheias de mofo, estavam havia longos séculos postas e esquecidas a um canto. Limpou-as e reparou-as o melhor que pôde (…) “.

D. Quixote tem inspirado milhares de livros, contos, novelas. No entanto a sua personagem central tem conseguido resistir à acção do tempo, surgindo como vencedora no confronto com gigantes e monstros, animando a nossa imaginação.



Dom Quixote de La Mancha

A história começa após o nosso cavaleiro – D. Quixote de la Mancha - ler muitos livros sobre cavalaria andante, o que o leva a enlouquecer e em consequência sente a necessidade de também imitar os cavaleiros andantes.

O nosso cavaleiro veste uma velha armadura, pertença dos seus ancestrais, convida o seu vizinho Sancho Pança (prometendo-lhe, que se fosse seu fiel escuteiro, este lhe daria o governo de uma ilha), monta o seu cavalo, que baptiza com o nome de Rocinante, e transforma-se no Dom Quixote. Cavaleiro, escudeiro, cavalo e burrico, partem em busca de aventuras, salvando e protegendo fracos e oprimidos, donzelas em perigo e tantos outros injustiçados. Os feitos que esperava realizar, dedicou-os por antecipação, à donzela Dulcinéia del Toboso, na verdade, uma simples camponesa da região em que ele vivia, mas que na sua prodigiosa fantasia de doido era a mais digna das damas. Tudo tão irreal quanto o demais.

Durante as suas aventuras, Sancho Pança, tenta inutilmente incutir em D. Quixote algum principio de realidade, isto porque durante todo o tempo o cavaleiro oscila em melancólicos sonhos.

D. Quixote é visto como um louco, de quem as pessoas zombam e ridicularizam. Tem, no entanto, momentos em que é sábio, filósofo e poeta, de um mundo que o reprime, que zomba dele, que o humilha, não reconhecendo a sua bondade infinita e o seu desejo incansável e extraordinário de salvar o mundo.

A história continua, quando um amigo seu, disfarçado de cavaleiro, propõe-lhe um dueto, cujo oponente que fôr vencido terá que obedecer ao vencedor.

D. Quixote perde e, como pagamento, o cavaleiro vencedor exige-lhe que deixe a vida de cavaleiro andante e que volte para casa. No caminho começa a idealizar uma vida amena e tranquila no campo, onde ele e o seu amigo Sancho viveriam à moda de pastores ao lado das suas “Dulcinéias”. Mas felizmente recupera-se da sanidade e poucos dias depois morre.

Há muitas passagens no livro que merecem ser visitadas, entre as quais se distingue o seu encontro com os moinhos de vento, confundidos com gigantes e a qual transpomos seguidamente:

“- A aventura nos vai guiando melhor as coisas do que pudéramos desejar; ali estão, amigo Sancho Pança, trinta desaforados gigantes, ou pouco mais, a quem penso combater e tirar-lhes, a todos, as vidas, e com cujos despojos começaremos a enriquecer; será boa guerra, pois é grande serviço prestado a deus o de extirpar tão má semente da face da terra.

- Que gigantes? - Inquiriu Sancho Pança.

- Aqueles que vês ali, com grandes braços - respondeu-lhe o amo; - alguns há que os têm de quase duas léguas.

Com certeza não eram gigantes que o cavaleiro da triste figura mostrava ao seu fiel escudeiro Sancho Pança, eram moinhos de vento! (…)”.